A base da entrevista Psicoterapêutica




A entrevista parte basicamente de duas informações: o motivo e o desenvolvimento da queixa, o tema e a necessidade que ela não revela no primeiro momento. O cliente em geral chega e diz: “Vim aqui porque ando muito ansioso”, “Não sei o que fazer da vida”, “Meu pai morreu e não consigo superar a situação” – e milhares de outras situações.
Após algumas afirmações desse tipo, o cliente começa – por si mesmo ou ajudado pelo psicoterapeuta – a contar sua história, ou seja, o que aconteceu antes, o que está acontecendo agora, como está conseguindo sobreviver, para onde pretende ir e, finalmente, porque precisou de ajuda.
Essa é uma fase de escuta, quase sempre acompanhada de dúvidas, medo, angústia. É importante que o cliente se sinta livre para falar do que quer, como sabe e como quer. É um primeiro desnudar-se, sendo fundamental que ele o faça dentro de seu próprio movimento e de seus próprios limites, pois quanto mais ele se sentir livre, respeitado e acolhido pelo psicoterapeuta mais ele deixará suas defesas, as ditas resistências, para se entregar à melhor solução de seus problemas existenciais.
O psicoterapeuta pode interromper para clarear dúvidas, conhecer novos pontos de tensão etc., mas este é, sobretudo, um momento do cliente. Curiosidades ou necessidades pessoais do psicoterapeuta de querer saber mais, de ajudar, podem ser sentidas pelo cliente como uma violência, o que talvez provoque um fechamento no seu processo de comunicação, sendo desastroso no inicio de uma psicoterapia.


(Psicoterapia- Teorias e técnicas psicoterápicas/ Jorge Ponciano Ribeiro, - 2º. edição. revista e atualizada. São Paulo: Summus, p.181,2003.)

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