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Os filhos do quarto.

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Antes perdíamos filhos nos rios, nos matos, nos mares, hoje temos perdido eles dentro do quarto! Quando brincavam nos quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos suas fantasias e ao ouvi-los, mesmo a distância, sabíamos o que se passava em suas mentes. Quando entravam em casa não existia uma TV em cada quarto, nem dispositivos eletrônicos em suas mãos. Hoje não escutamos suas vozes, não ouvimos seus pensamentos e fantasias, as crianças estão ali, dentro de seus quartos, e por isso pensamos estarem em segurança. Quanta imaturidade a nossa. Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos, construindo seus saberes sem que saibamos o que é… Perdem literalmente a vida, ainda vivos em corpos, mas mortos em seus relacionamentos com seus pais, fechados num mundo global de tanta informação e estímulos, de modismos passageiros, que em nada contribuem para formação de crianças seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores famil...

Funcionamos em ciclos.

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O universo funciona em em ciclos, em eras, em camadas, nas quais uma repete a outra, no sentido de que a anterior está totalmente contida na posterior que, por um complexo processo evolutivo, deu um passo a frente, conservando muito e, às vezes, tudo da fase anterior e ultrapassando-a, pois , no universo, nada se perde, nada se destrói, tudo se transforma. Ou seja, um novo ciclo conserva muito do anterior, transformando-o e acrescentando novas propriedades evolutivas. ( Jorge Ponciano Ribeiro)

Sobre a Transitoriedade

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Não faz muito tempo empreendi, num dia de verão, uma caminhada através de campos sorridentes na companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário à nossa volta, mas não extraía disso qualquer alegria. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava fadada à extinção, de que desapareceria quando sobreviesse o inverno, como toda a beleza humana e toda a beleza e esplendor que os homens criaram ou poderão criar. Tudo aquilo que, em outra circunstância, ele teria amado e admirado, pareceu-lhe despojado de seu valor por estar fadado à transitoriedade. A propensão de tudo que é belo e perfeito à decadência, pode, como sabemos, dar margem a dois impulsos diferentes na mente. Um leva ao penoso desalento sentido pelo jovem poeta, ao passo que o outro conduz à rebelião contra o fato consumado. Não! É impossível que toda essa beleza da Natureza e da Arte, do mundo de nossas sensações e do mundo externo, realmente venha a se ...

ACEITAR O CLIENTE.

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Aceitar o cliente não significa acolhê-lo materialmente. É uma atitude interna pela qual o psicoterapeuta aceita o cliente com seus erros, defeitos, qualidades boas ou menos boas, com suas tendências positivas ou negativas. É desnecessário lembrar rejeições que partem de questões como cor, beleza, raça, religião etc. Não importa quem o cliente é para o psicoterapeuta, importa o que ele sente, pensa, faz e fala de si mesmo, pois a máxima qualidade de alguém  é ser pessoa, ser gente, sentir-se indivíduo com sua individualidade e singularidade próprias e assim ser recebido. Tal atitude não significa que o psicoterapeuta concorde com todas as posições do cliente, mas apenas que ele deve percebê-lo na sua singularidade, recebê-lo com compreensão e olhá-lo com amor. (Psicoterapia- Teorias e técnicas psicoterápicas/ Jorge Ponciano Ribeiro, - 2º. edição. revista e atualizada. São Paulo: Summus, p.199,2003.)

A base da entrevista Psicoterapêutica

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A entrevista parte basicamente de duas informações: o motivo e o desenvolvimento da queixa, o tema e a necessidade que ela não revela no primeiro momento. O cliente em geral chega e diz: “Vim aqui porque ando muito ansioso”, “Não sei o que fazer da vida”, “Meu pai morreu e não consigo superar a situação” – e milhares de outras situações. Após algumas afirmações desse tipo, o cliente começa – por si mesmo ou ajudado pelo psicoterapeuta –  a contar sua história, ou seja, o que aconteceu antes, o que está acontecendo agora, como está conseguindo sobreviver, para onde pretende ir e, finalmente, porque precisou de ajuda. Essa é uma fase de escuta, quase sempre acompanhada de dúvidas, medo, angústia. É importante que o cliente se sinta livre para falar do que quer, como sabe e como quer. É um primeiro desnudar-se, sendo fundamental que ele o faça dentro de seu próprio movimento e de seus próprios limites, pois quanto mais ele se sentir livre, respeitado e acolhido pelo psico...

A boa escuta!

Um bom terapeuta não escuta somente o conteúdo da fala que o cliente produz, mas o som, a música, as hesitações. A comunicação verbal é geralmente uma mentira. A comunicação real está além das palavras.  Assim, não escutem as palavras, escutem apenas o que a voz lhe conta, o que os movimentos contam, o que a postura conta, o que a imagem conta. Se você tem ouvidos, então sabe tudo sobre a outra pessoa.  Você precisa escutar o que a pessoa diz: escute os sons. Per sona – “através do som”. Os sons contam tudo. Tudo o que uma pessoa quer expressar está lá, não nas palavras. O que dizemos é na maior parte mentira ou blábláblá. Mas a voz existe, os gestos, a postura, a expressão facial, a linguagem psicossomática. Estará tudo lá se você aprender a deixar o conteúdo das sentenças mais ou menos no segundo plano.  E se você não fizer o erro de misturar sentenças a realidade, e se souber usar seus olhos e ouvidos, então verá que todo mundo se expressa de uma forma ou de ou...

Para pensar e refletir!

É perigoso demais correr o risco do crescimento. Antes andar por aí como cadáveres vivos do que viver perigosamente e compreender que esta vida perigosa é muito mais segura que esta vida de seguros e de não correr riscos, a que a maioria de nós escolhe. O que seria esta coisa engraçada, correr risco?  Alguém tem uma definição do que é correr risco? O que está envolvido no correr risco? A - Machucar-se. B - Ousar. C - Ir longe demais. D - Uma tentativa perigosa. E - desafiar o perigo. Notem que todos vocês vêem a expectativa catastrófica, o lado negativo. Vocês não vêem o possível ganho.  Se existisse apenas o lado negativo, vocês simplesmente evitariam correr riscos, não é? Correr risco é o suspense entre expectativas catastróficas e anastróficas. Vocês devem ver ambos os lados da figura. Vocês podem ganhar, e podem perder. (Fritz Perls)