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Sobre a Transitoriedade

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Não faz muito tempo empreendi, num dia de verão, uma caminhada através de campos sorridentes na companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário à nossa volta, mas não extraía disso qualquer alegria. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava fadada à extinção, de que desapareceria quando sobreviesse o inverno, como toda a beleza humana e toda a beleza e esplendor que os homens criaram ou poderão criar. Tudo aquilo que, em outra circunstância, ele teria amado e admirado, pareceu-lhe despojado de seu valor por estar fadado à transitoriedade. A propensão de tudo que é belo e perfeito à decadência, pode, como sabemos, dar margem a dois impulsos diferentes na mente. Um leva ao penoso desalento sentido pelo jovem poeta, ao passo que o outro conduz à rebelião contra o fato consumado. Não! É impossível que toda essa beleza da Natureza e da Arte, do mundo de nossas sensações e do mundo externo, realmente venha a se ...

ACEITAR O CLIENTE.

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Aceitar o cliente não significa acolhê-lo materialmente. É uma atitude interna pela qual o psicoterapeuta aceita o cliente com seus erros, defeitos, qualidades boas ou menos boas, com suas tendências positivas ou negativas. É desnecessário lembrar rejeições que partem de questões como cor, beleza, raça, religião etc. Não importa quem o cliente é para o psicoterapeuta, importa o que ele sente, pensa, faz e fala de si mesmo, pois a máxima qualidade de alguém  é ser pessoa, ser gente, sentir-se indivíduo com sua individualidade e singularidade próprias e assim ser recebido. Tal atitude não significa que o psicoterapeuta concorde com todas as posições do cliente, mas apenas que ele deve percebê-lo na sua singularidade, recebê-lo com compreensão e olhá-lo com amor. (Psicoterapia- Teorias e técnicas psicoterápicas/ Jorge Ponciano Ribeiro, - 2º. edição. revista e atualizada. São Paulo: Summus, p.199,2003.)

A base da entrevista Psicoterapêutica

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A entrevista parte basicamente de duas informações: o motivo e o desenvolvimento da queixa, o tema e a necessidade que ela não revela no primeiro momento. O cliente em geral chega e diz: “Vim aqui porque ando muito ansioso”, “Não sei o que fazer da vida”, “Meu pai morreu e não consigo superar a situação” – e milhares de outras situações. Após algumas afirmações desse tipo, o cliente começa – por si mesmo ou ajudado pelo psicoterapeuta –  a contar sua história, ou seja, o que aconteceu antes, o que está acontecendo agora, como está conseguindo sobreviver, para onde pretende ir e, finalmente, porque precisou de ajuda. Essa é uma fase de escuta, quase sempre acompanhada de dúvidas, medo, angústia. É importante que o cliente se sinta livre para falar do que quer, como sabe e como quer. É um primeiro desnudar-se, sendo fundamental que ele o faça dentro de seu próprio movimento e de seus próprios limites, pois quanto mais ele se sentir livre, respeitado e acolhido pelo psico...

A boa escuta!

Um bom terapeuta não escuta somente o conteúdo da fala que o cliente produz, mas o som, a música, as hesitações. A comunicação verbal é geralmente uma mentira. A comunicação real está além das palavras.  Assim, não escutem as palavras, escutem apenas o que a voz lhe conta, o que os movimentos contam, o que a postura conta, o que a imagem conta. Se você tem ouvidos, então sabe tudo sobre a outra pessoa.  Você precisa escutar o que a pessoa diz: escute os sons. Per sona – “através do som”. Os sons contam tudo. Tudo o que uma pessoa quer expressar está lá, não nas palavras. O que dizemos é na maior parte mentira ou blábláblá. Mas a voz existe, os gestos, a postura, a expressão facial, a linguagem psicossomática. Estará tudo lá se você aprender a deixar o conteúdo das sentenças mais ou menos no segundo plano.  E se você não fizer o erro de misturar sentenças a realidade, e se souber usar seus olhos e ouvidos, então verá que todo mundo se expressa de uma forma ou de ou...

Para pensar e refletir!

É perigoso demais correr o risco do crescimento. Antes andar por aí como cadáveres vivos do que viver perigosamente e compreender que esta vida perigosa é muito mais segura que esta vida de seguros e de não correr riscos, a que a maioria de nós escolhe. O que seria esta coisa engraçada, correr risco?  Alguém tem uma definição do que é correr risco? O que está envolvido no correr risco? A - Machucar-se. B - Ousar. C - Ir longe demais. D - Uma tentativa perigosa. E - desafiar o perigo. Notem que todos vocês vêem a expectativa catastrófica, o lado negativo. Vocês não vêem o possível ganho.  Se existisse apenas o lado negativo, vocês simplesmente evitariam correr riscos, não é? Correr risco é o suspense entre expectativas catastróficas e anastróficas. Vocês devem ver ambos os lados da figura. Vocês podem ganhar, e podem perder. (Fritz Perls)

Amizade tudo de bom nessa vida!

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Olhos e Ouvidos!!

Uma pessoa sente que os olhos do mundo estão sobre ela. Com isso ela torna-se uma pessoa - espelho, que sempre quer saber como os outros a vêem. Ela desiste de seus olhos e pede ao mundo que olhe por ela. Ao invés de ser crítica, ela projeta o criticismo, e se sente criticada, se sente no palco. A maioria de nós não tem ouvidos. As pessoas esperam que os ouvidos estejam fora delas, e falam esperando que alguém escute. Mas quem escuta? Se as pessoas escutassem, teríamos paz.