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Mostrando postagens de abril, 2017

Sobre a Transitoriedade

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Não faz muito tempo empreendi, num dia de verão, uma caminhada através de campos sorridentes na companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário à nossa volta, mas não extraía disso qualquer alegria. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava fadada à extinção, de que desapareceria quando sobreviesse o inverno, como toda a beleza humana e toda a beleza e esplendor que os homens criaram ou poderão criar. Tudo aquilo que, em outra circunstância, ele teria amado e admirado, pareceu-lhe despojado de seu valor por estar fadado à transitoriedade. A propensão de tudo que é belo e perfeito à decadência, pode, como sabemos, dar margem a dois impulsos diferentes na mente. Um leva ao penoso desalento sentido pelo jovem poeta, ao passo que o outro conduz à rebelião contra o fato consumado. Não! É impossível que toda essa beleza da Natureza e da Arte, do mundo de nossas sensações e do mundo externo, realmente venha a se ...

ACEITAR O CLIENTE.

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Aceitar o cliente não significa acolhê-lo materialmente. É uma atitude interna pela qual o psicoterapeuta aceita o cliente com seus erros, defeitos, qualidades boas ou menos boas, com suas tendências positivas ou negativas. É desnecessário lembrar rejeições que partem de questões como cor, beleza, raça, religião etc. Não importa quem o cliente é para o psicoterapeuta, importa o que ele sente, pensa, faz e fala de si mesmo, pois a máxima qualidade de alguém  é ser pessoa, ser gente, sentir-se indivíduo com sua individualidade e singularidade próprias e assim ser recebido. Tal atitude não significa que o psicoterapeuta concorde com todas as posições do cliente, mas apenas que ele deve percebê-lo na sua singularidade, recebê-lo com compreensão e olhá-lo com amor. (Psicoterapia- Teorias e técnicas psicoterápicas/ Jorge Ponciano Ribeiro, - 2º. edição. revista e atualizada. São Paulo: Summus, p.199,2003.)

A base da entrevista Psicoterapêutica

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A entrevista parte basicamente de duas informações: o motivo e o desenvolvimento da queixa, o tema e a necessidade que ela não revela no primeiro momento. O cliente em geral chega e diz: “Vim aqui porque ando muito ansioso”, “Não sei o que fazer da vida”, “Meu pai morreu e não consigo superar a situação” – e milhares de outras situações. Após algumas afirmações desse tipo, o cliente começa – por si mesmo ou ajudado pelo psicoterapeuta –  a contar sua história, ou seja, o que aconteceu antes, o que está acontecendo agora, como está conseguindo sobreviver, para onde pretende ir e, finalmente, porque precisou de ajuda. Essa é uma fase de escuta, quase sempre acompanhada de dúvidas, medo, angústia. É importante que o cliente se sinta livre para falar do que quer, como sabe e como quer. É um primeiro desnudar-se, sendo fundamental que ele o faça dentro de seu próprio movimento e de seus próprios limites, pois quanto mais ele se sentir livre, respeitado e acolhido pelo psico...